A mais notória dessas verdades duvidosas, cantada em verso e prosa desde tempos imemoriais, refere-se ao mito do homem conquistador. De certa maneira, esta falsa idéia sem correspondência na realidade, originou-se por uma concessão da alma feminina, este universo particular de sensibilidade à flor da pele, bom senso, poder, charme, emoções e resistência à dor física. À dor física? Isso mesmo, pois quem de nós, homens, resistiria sem sucumbir, as dores de um parto? Ou, tomaria cerveja com os amigos estando "naqueles dias"? Ou ainda se submeteria a uma depilação de pernas com cera quente sem gritar e espernear feito um louco?
Até mesmo o tradicional medo das mulheres por baratas é uma verdade não muito verdadeira. Na realidade, elas fingem que tem medo desses bichos só para fazerem um agrado aos homens. Ou você ainda não percebeu o ar triunfal de um homem quando mata uma barata daquelas bem grandes, a qual, supostamente assustava uma mulher?
Porém, muitos acostumaram-se a este mito, o de que existem homens conquistadores, donjuanescos, sedutores e latin lovers. Puro mito! Eu mesmo tenho por certo que a verdade é unilateral: os homens - todos eles - é que são conquistados.
As mulheres sempre tiveram pleno conhecimento da fronteira entre a fantasia e o mundo real, assim, na sua sabedoria e generosidade, e sobretudo por conhecerem muito bem as mentes masculinas, fazem de conta que são seduzidas.
Quando um homem "conquista" uma mulher, na realidade ele já foi previamente conquistado por esta. A maioria dos homens, é claro, não sabe nada sobre isso. E todo aquele jogo de sedução masculina, tal como, abrir a porta do carro para ela; puxar a cadeira no restaurante; mandar flores; chocolate; deixar um bilhetinho apaixonado no seu espelho depois de uma noite de amor, dentre outros rituais idílicos, não passam de tentativas de exibir pré-requisitos para mostrá-la de que valeu a pena ser o alvo da sua (dela) conquista. É como se o homem quisesse dizer bem alto: "Olha, eu estou aqui, montado num cavalo branco, vestido de príncipe e acredito em cinderelas!"
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Nota: Parte deste texto foi retirado de um post que escrevi nos primórdios deste blog.